Qual a sua lista de desejos para o ano que se inicia? Que anseios estão ocupando a sua mente e coração neste novo ano de sua vida? Você desejou algo para os seus amados? Esposa, marido, filhos, familiares ou amigos próximos? É comum que nesses dias também você tenha tido desejos de dias melhores não somente para aqueles que são próximos, mas para aqueles que você cumprimentou numa loja de shopping ou até mesmo no elevador do prédio onde você mora. Almejamos dias melhores também em nosso país, isto porque os dois últimos anos foram extremamente desafiadores, amedrontadores, para alguns, traumatizantes e tristes. Por isso, desejamos sempre algo de bom.
Desejar é parte da vida humana. Podemos dizer que desejar é um reflexo da imagem de Deus em nós. Parte da forma como Deus projetou a nossa vida para funcionar. Somos seres complexos com pensamentos, sentimentos, desejos, vontades e hábitos. Deus nos fez dessa forma para que pudéssemos experimentar a vida com toda a sua beleza e exuberância, conhecendo e amando a ELE acima de todas as coisas, uns aos outros e a todo o restante da criação. Porque fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, estamos sempre desejando algo maior do que nós para estarmos conectados. “Não é errado almejar e conquistar coisas na vida, de acordo com a Bíblia, foi para boas coisas que Deus nos criou no início de tudo.” (Phillips, 2001, p.3)
No entanto, você haverá de concordar que os nossos desejos muitas vezes não são satisfeitos. Na realidade até podemos dizer que muitos deles permanecerão somente em nossos pensamentos e listas. Algumas resoluções pessoais de virada de ano desvanecem logo nos primeiros meses nos enchendo, algumas vezes, de frustração, desânimo e até mesmo falta de esperança. Isto tornou-se realidade por causa da entrada do pecado no mundo (Gn 3). A vida em sua totalidade foi atingida e corrompida. Agora, nem tudo que desejamos tem a ver com a glória de Deus, com a bondade e o amor devido aos homens. Pelo contrário, muitas vezes, os nossos desejos podem ser elevados de tal forma em nossas vidas que podem revelar coisas que estão controlando ou governando os nossos corações no lugar de Deus. O que fazer então? Como julgar perfeitamente os meus desejos? Tiago em sua carta nos dá uma sábia e inspirada direção. “…Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.” (Tg 4:15).
Em primeiro lugar, os meus desejos devem ser submetidos a Deus continuamente, diariamente. Isto porque, mesmo sendo filhos de Deus, perdoados e justificados, o pecado ainda habita em nós. Mas, submeter os nossos desejos diariamente a Deus não é uma tarefa fácil. Na realidade, ela é sempre árdua e penosa. No entanto, a melhor parte é que Ele providenciou o seu Santo Espírito para nos ajudar nesta tarefa. Sua doce e poderosa presença é auxílio para nós a cada momento. O apóstolo Paulo escrevendo sua carta aos Gálatas diz: “…andai no Espírito e jamais satisfareis a concupiscência da carne” Tal palavra deve nos trazer esperança, confiança e grande encorajamento. A presença do Espírito nos habilita a discernir os bons dos maus desejos, mesmo quando os maus são travestidos de “bondade”.
Em segundo lugar, ao submetermos os nossos desejos ao Senhor diariamente experimentamos na prática da vida aquilo que aprendemos quanto a soberania de Deus sobre todas as coisas. Ele é soberano quando o que eu quero não é satisfeito ou realizado. Esta perspectiva nos traz uma nova visão sobre as coisas que fazemos ou desejamos. Se desejamos algo e isto foi realizado, amém por isso. Se não, pela fé, podemos dizer também, amém por isso. Desta forma, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo”. Portanto, deseje! Faça-o, porém, com a plena convicção de estar diante da face daquele que sempre tem o melhor para nós.
Somente a Deus toda a glória!
Rev. Alberto Lima Filho