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UM CHAMADO AO DISCERNIMENTO BÍBLICO

Ora, estes de Béreia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim”. (At 17:11)

            Discernir significa: “perceber claramente”, “distinguir”, “diferenciar”, “discriminar”. Infelizmente em nossa cultura a palavra discriminação carrega uma forte conotação negativa, porque está associada a pessoas que fazem distinções injustas entre raças. Mas, discriminar é o sinônimo de discernir, ou seja, traçar uma linha entre o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o certo e o errado.

O grande desafio é que vivemos numa sociedade onde os conceitos universais de verdade foram diluídos ou quase que completamente destruídos. Uma sociedade sem padrões absolutos para distinguir o certo do errado. Uma sociedade onde a pregação mais ouvida é a respeito da tolerância a todos os pontos de vista. Como diz um cantor cristão: “A tolerância é a moda geral, só não toleram a palavra”. Esta mensagem é pregada a cada dia, em filmes, novelas, revistas, jornais, na internet, em músicas, em cada veículo de comunicação disponível.

A necessidade do discernimento Bíblico é gritante diante de tal desafio. Não podemos lançar mão de sermos criteriosos com tudo que vimos, ouvimos e fazemos. O único referencial para julgarmos com eficiência as mensagens que nos rodeiam é justamente a palavra de Deus. Ela não simplesmente nos convoca ao discernimento bíblico, ela nos ensina como fazê-lo. O apóstolo Paulo, escrevendo à Igreja em Tessalônica nos ensina a como atender ao discernimento bíblico (1 Ts 5:21-22).   

  1. “Julgai todas as coisas…”: Aqui o apóstolo Paulo está chamando a todos ao exercício do discernimento. Examinem todas as coisas tendo como referencial a palavra de Deus. O mesmo discernimento cauteloso que Paulo exige de pastores e presbíteros (1Tm 4:6-7, 13,16; Tt 1:9), também é um dever de todo crente. 
  2. “…Retende o que é bom”: A palavra de Deus nos ensina a proteger a verdade e a lutar por ela. É papel de todo cristão não simplesmente proteger a verdade, mas também, atacar a mentira, falando a verdade em amor e firmeza (1 Tm 6:20; 2 Tm 1:13-14). Ao discernirmos a verdade retemos o que é bom, e com isso, Deus é honrado e glorificado.
  3. “…abstende-vos de toda forma de mal”: Uma grande benção para todo aquele que atende o chamado ao discernimento bíblico é a pureza na vida e a honra de Cristo. Ao nos abster de toda forma de mal, progressivamente nos tornamos mais e mais semelhantes a Cristo.

Em resumo, tudo o que chega até nós, deve ser criteriosamente testado para verificar se está de acordo com a palavra de Deus. Pois, como diz John MacArthur, nem tudo que reluz é ouro.

Mas precisamos resolver um problema, como harmonizar 1 Tessalonicenses 5:21, “julgai todas as coisas…” com Mateus 7:1 “Não julgueis, para não ser julgado”. Algumas pessoas citam este versículo de Mateus e sugerem que ele descarta qualquer tipo de avaliação crítica. Jesus estava proibindo os crentes de julgarem o que era ensinado em seu nome? É claro que não! O discernimento espiritual para o qual Paulo nos chama é diferente da atitude hipócrita e crítica que Jesus proibiu. (ver vv.2-5).

Obviamente, o que Jesus estava condenando era o julgamento hipócrita daqueles que exigiam dos outros um padrão mais elevado do que padrão segundo o qual eles mesmos estavam dispostos a viver. Ele inclusive indica que tiremos o argueiro do olho do outro irmão – se antes tirarmos a trave de nosso próprio olho. O que Deus proíbe é o julgamento dos motivos e pensamentos dos outros. Há na Bíblia um vasto fundamento bíblico para a prática do “julgamento” no sentido de separar o certo do errado (Alguns exemplos: João 7:24; 1Co 10:15; 1 Co 5:12-13; 1 Co 11:31).

Rev. Alberto Lima Filho

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