“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio”. Provérbios 6.6
Quem nunca buscou um momento de preguiça, que atire a primeira pedra! Talvez até possamos pensar que ela é um momento de descanso ou descontração, mas eu te pergunto, é esse tipo de descanso que precisamos? O que podemos aprender com o autor desse provérbio?
Vamos começar definindo: Preguiça é viver uma vida sem propósito, é se perder no tempo e no espaço, é desejar fazer o que não agrada a Deus, é se deleitar no banquete do prazer no lugar do banquete da graça. O preguiçoso vive o seu plano, no lugar dos planos de Deus. Por isso, a preguiça não é um simples traço de caráter como alguns tendem a dizer, porque não nascemos assim, mas nos tornamos assim, então é um pecado que está ligado ao egoísmo e revela o autocentrismo.
Diante disso, o crente deve ser tolerante com a preguiça? De maneira nenhuma, mesmo naqueles dias mais cansativos. Você pode até argumentar: mas são momentos de descanso. Entenda que a preguiça é viver sem propósito, o descanso é um repouso no Senhor, ou seja, é propositivo. O próprio Deus nos ensina esse descanso, quando no sétimo dia da criação ele descansou. Na nova aliança esse descanso é o dominus, ou seja, é o domingo, o primeiro dia da semana. Nada disso exclui o momento de lazer, desde que seja com propósito (1 Co 10.30).
O autor desse provérbio nos ajuda a pensar nisso. Ele fala da importância de sermos diligentes ao usar o exemplo da formiga, porque ela é autodisciplinada. A formiga não precisa ser supervisionada, ninguém decide seus deveres, ela faz porque é parte do seu propósito. Foi assim que Deus a criou e concedeu instintos para trabalhar e ser autodisciplinada. Essa comparação é para sermos lembrados que o trabalho foi criado antes da queda e depois foi reafirmado como bênção de Deus para o homem. Além disso, nos concedeu sabedoria para realizá-lo. O trabalho não danifica o homem, mas o dignifica (Cf. 1 Co 15.58; Cl 3.23-24).
Portanto, tome cuidado com o seu trabalho, a fadiga e o enfado podem desejar a preguiça, e o muito dela pode te levar a lutas na alma, como a ansiedade, a depressão ou a síndrome de bornut. Trabalhe, descanse e vivencie com propósito, pois este só é encontrado no Senhor!
Rev. Robert da Fonseca Mota